terça-feira, 5 de outubro de 2010




"Que coisas são essas que me dizes sem dizer, escondidas atrás do que realmente quer dizer? Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. Mas confuso, perdido, sozinho, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço. Não sinto nenhuma alegria além de ti. Como pude cair assim nesse fundo poço? Quando foi que me desequilibrei? Não quero me afogar: Quero beber tua água. Não te negues, minha sede é clara."

Caio Fernando Abreu.




Você acha que penso duas vezes sempre, que quero dizer não a todas as sua investidas contra minha fragilidade solitária, você pensa que já não fui e voltei finais de semanas com as nossas conversas na cabeça, com a sua respiração na minha nuca, com sua mão no meu cabelo, você acha que não há dias em que me pego pensando loucamente em jogar tudo pro ar e ir embora nesse sentimento?
Não pense que é por qualquer tipo de moralismo, não há em mim espaço para isso, não há em nós possibilidade de julgar comportamentos humanos, diante de tudo que já vimos, o que há em mim é medo do que representa esses "se jogar" em algo totalmente desconhecido mas definido, porque conhecendo-nos como nos conhecemos sabemos mais do que qualquer um onde isso daria, tenho medo de não ter volta, de acabar com isso de uma forma desastrosa e que haja uma verdade que ainda não saibamos e que destrua tudo que já construimos, o fato é simples tenho medo de que você descubra quem eu sou, e que no final não goste.
Nada mais precisa ser dito, já sei o suficiente pra entender o que esta se passando, quando as coisas começarem a acontecer não seremos nós que vamos impedir, esta mais próximo do que podemos controlar, porque mais do que produzir sensações isso despertou sentimentos e quando se trata de sentimentos não há quem possa com eles.

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O sonho de toda palavra é sentir o que tenta explicar.