sábado, 6 de outubro de 2012




Crescer lendo livro fez com que eu jamais me conformasse com metades. Quero os melhores romances, ou prefiro ficar sozinha. Quero as melhores lembranças, ou prefiro não lembrar. Ou vivo intensamente, ou vou levando essa rotina que não incomoda, não interfere, não fere, mas também não é vida. Vou dispensando tudo o que não julgo suficiente pra me roubar a solidão. Vou excluindo do meu convívio todos que não parecem prontos pra marcar meu dias. E vou me excluindo um pouquinho também, vou me dispensando sem pudores, porque é mais fácil me deixar de lado do que lidar com a minha falta de coerência.

                                                                   -Verônica H

Um comentário:

  1. Oi, Ka, boa noite!!
    Essa questão de conformar-se é curiosa! Não se meter numa forma ou fôrma define bastante do que somos. Há quem se meta numa fôrma de metade, há quem se meta numa fôrma de aceitação de tudo. Há quem se meta numa fôrma de resignação sem luta, sem escolha, ou sem tentativa. Estou, com Verônica, entre os que não se metem. Devo, para ser eu mesmo, expulsar de mim todos os que me prometem metades ou coisas vagas. Devo, por coerência, expulsar-me de mim mesmo, se for preciso, se minha mente ameaçar ceder às pressões e aceitar, por exemplo, um amor duvidoso. É melhor estar ausente de si que estar presente no corpo de quem cedeu a algo menor, menos digno, menos que o inteiro. Abaixo metades. Dez coisas pela metade não valem uma só coisa inteira. Dez meias notas de cem não valem um só ingresso no cinema... Dez ficadas definitivamente não valem um grande amor.
    Um beijo carinhoso
    Doces sonhos
    Lello

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O sonho de toda palavra é sentir o que tenta explicar.