sexta-feira, 18 de novembro de 2011




Um sonho coletivo

Teobaldo dormindo , resmunga, e fala: Tenho sonhado.
Tenho sonhado... sonho recorrente...
Quando o sol surge por traz da loca onde uma índia pinta desenhos surrealistas em seu corpo com urucum .Vejo o céu que não mais é azul e sim um único, imenso, infinito arco-íris, o céu por completo é um vívido arco-íris.
Para brindar o dia as ondas que quebram na areia exalando um cheiro e som de uma ópera que acredito ser de Handel.Vejo o macaco albino saltitante com sua flauta encantada, tocar um som pesado, sempre seguido por casas aladas com humanóides em morada.
Tempo passa e olho para o relógio já é madrugada do dia anterior e ao invés de me perder no tempo, me encontro no futuro, as libélulas policrômicas falam e as árvores domem ao mesmo som.
Sei que vou acordar.
Sei que vou acordar.
A índia sempre pintada me entrega a caixa de saída, abro, tudo então é sugado para fora.
Acordo e me pergunto, mas que porra é isso?  

(Osvaldo Braga)
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Desperto, no meu mais intenso devaneio...
O sol de hoje já não é mais a aquarela de ontem. O tempo passa. Os tons de cinza se refletem no sorriso da índia.
E no abstrato do nascer do sol, sinto a força do simples bater de asas das borboletas que por alí passeiam, me faz libertar a mais pura e perfeita insanidade. Insanidade essa onde sou completamente lúcido naquilo que quero enchergar. Eu quero enchegar?
Lá se vão as borboletas. Lindas borboletas, livres para o acaso.
Me despeço da índia, vou caminhando de encontro com o horizonte.
Olho e percebo um dragão vindo em minha direção, então, abro minhas asas e pulo, e flutuo na ilustre presença do animal alado. Que curioso, ele sussurra algo, mas não consigo entender pois a brisa não deixa. Fico para trás. Estou caindo, atropelando as nuvens. Estou caindo.
Abro os olhos, cadê o dragão? Subestimo mais uma vez a minha imaginação insana.
Estou acordado? Estou sonhando.
Eu vou acordar.
Eu quero acordar?
O tempo passa 

(escrito por Nathália)
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Loucura, sanidade, loucura, sanidade, todas partes da mesma moeda que continuamente rodopia, sem se limitar ou se entregar às dicotomias, sem cair e definir um vencedor, SEM PARAR. Estaria eu como essa moeda? Girando sem rumo? Percorrendo caminhos desconhecidos?... Passeando por cavernas reluzentes, que me analisam (silenciosamente) com inúmeros suspiros finais de luzes que lutam incessantemente para não serem encobertas pelo seu maior inimigo: As trevas? Não!! Anteparos neurais, comportamentais, que custam em cair. Que preferem ser moeda. Que preferem apenas oscilar entre a cara e a coroa. Mesmo em meus devaneios, convulsões, inspirações, vôos, quedas, a índia prossegue em seu trajeto por entre o limitado infinito que se formou pelos rastros de lagartas, antes alegres e maleáveis, agora já endurecidas e presas pelas paredes de seu casulos. Continuo aqui caminhando-girando. Esperando uma reação do casulo. Esperando. 
(escrito por Diógenes)
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Mas, quem falou que todos precisam caminhar com rumo?
E se eu não quiser escolher agora entre cara e coroa?
Se eu não quiser definir agora o que é certo ou errado?
Já que agora o meu céu não está mais colorido como antes, e eu não consigo mais ver as borboletas, o que eu tenho a perder? Nada... Nada... E o que seria o nada senão a ausência de um tudo; mas... de um tudo o quê? Se eu já não sei mais de nada, como eu saberei o que eu realmente perderia? Ora! O que tenho a fazer a não ser arriscar?
Mas, e se eu acabar fazendo alguma loucura? Porém, por que dizemos que o diferente é loucura? Por que o diferente não é apenas diferente? Então seria certo dizer que os loucos são apenas diferentes, ou simplesmente loucos? Hum... E quem disse que a loucura é ruim?
Percebo então que os momentos em que eu parecia mais louco, foram os que eu estava mais lúcido... Foram também os momentos em que eu me senti mais feliz... Isso simplesmente não faz sentido.
E eu continuo sonhando... e mergulho nesse imenso cinza junto com a índia, e ao lado dela tenho experiências mágicas...
Mas esperem...
É tudo tão real...
Estarei eu sonhando, ou estou acordado?
Ah, de que me importa?
( escrito por  Julya Caroline)

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E descubro nesse imenso mar de dúvidas, que o sonho na realidade é a realidade em que vivo, e que a realidade é uma mentira coletiva criada para destrui-lo. E quem poderá me dizer que não sou o cantor que encanta á melodia num arranjo delirante? Sou o pintor que pinta o sonho ou sou pintado por ele ? isso não importa. Sou a própria borboleta em metamorfose ao longo da vida (ou seria da morte?).Tenho asas e meu vôo é rumo ao infinito de cores, luz e som. Sou a luz, que num feixe habita a escuridão. Sou a evolução do macaco, da arvore, da água. Sou o tempo sublime do caos. Sou o ontem, hoje e o futuro. Sou um Deus em meu íntimo âmago. Sou o pensar ao duvidar. Sou o eu em si. Sou a moeda que não existe faces. Sou a lua, o sol, que influencia o mar. Mas também sou o mar tímido e feroz. A caixa que abri me revelou o que sou, o que era e o que talvez serei , pois sou o destino que como exímio transmuta o acaso, a conhecidência e o próprio destino... E a índia ? Essa continua a me visitar, ela sempre tem de mim o que quer , pois sou o delírio (o delírio em si.) uivante da dor, do amor, da solidão, sou a tatuagem marcada a lume que faz viver e morrer no mesmo instante ... 
(escrito por mim)




Uma história coletiva criada no blog  NeurônioInsólito, não se sabia onde ia parar, ou no que ia dá, e deu nisso, mas não parou, porque a história nunca para, o começo sempre será o mesmo, mas o final ....  há, esse sempre pode ser REINVENTADO ... 

Um comentário:

  1. Uma cama amarrotada pela passagem do amor
    Lençóis que aprisionam o calor
    Suspiros espalhados pelo chão
    Uma imagem santificada sustenta o louvor

    Uma pecadora ungida pela chuva
    A sorte e a morte em bravata eterna
    As ave marias que uma boca vomita
    Para no céu ser, clemente a sua pena

    Já não há xailes negros na ilha
    Já ninguém liga a agoiros
    O mar continua açoitar a costa
    Deixando despojos, tesouros

    Bom domingo

    Terno beijo

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O sonho de toda palavra é sentir o que tenta explicar.