segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"No seu nervosismo, passou a falar mais depressa, embora suas palavras fossem enunciadas precisamente. Como um patinador sobre o gelo fino, ela acelerava para evitar o afogamento. Disparava com frases, como se bastasse a velocidade para fazer sentido, como se também pudesse propelilo além das contradições, girá-lo com tal rapidez em torno da curva de suas intenções que já não lhe restaria objeção a que se agarrar. Por não atropelar as palavras, ela soava desgraçadamente animada, quando na verdade, estava perto do desespero."


(Ian McEwan in: Na praia. Ed. Companhia das Letras, p. 118-119)

Ps: Texto retirado daqui.

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O sonho de toda palavra é sentir o que tenta explicar.